A
busca por alternativas de como alimentar as populações que crescem
desenfreadamente nas pequenas e grandes cidades brasileiras é uma tarefa
complexa e desafiadora. Isso se torna ainda mais difícil quando se pretende
optar por meios que seguem em caminhos opostos ao atual modelo de produção e
consumo, baseado na agricultura convencional, com o uso de agrotóxicos.
Em São Borja, os consumidores encontram alimentos mais saudáveis nas feiras municipais. |
Mas
a resposta para essa problemática pode vir da agricultura familiar e da
agroecologia. Juliana Dias, no artigo “A possível cidade sem agrotóxicos”,
apresenta uma alternativa encontrada na Região do Estado do Rio de Janeiro por
uma rede de pessoas interessadas em repensar o abastecimento da população com alimentos
locais e saudáveis. A solução: as feiras de agricultores familiares.
Algo
comum em qualquer cidade brasileira, essas feiras apresentam uma nova lógica de
comercialização, o comércio direto com os agricultores, ou seja, uma ideia
baseada no exercício de estreitar os vínculos entre os cidadãos que plantam e
os que consomem, buscando criar espaços comuns de convivência, comercialização
e aprendizado.
Nas
feiras cariocas, foram criadas novas estratégias denominadas como “circuitos
curtos de comercialização”, “mercados de proximidade”, “sistemas regionais de
alimentos” e “redes agroalimentares alternativas”. Elas têm por objetivo
engajar os moradores do campo e da cidade, com o propósito de preservar um bem
comum: o alimento.
As feiras agroecológicas, como alternativa de
abastecimento, possuem benefícios para todos os envolvidos... Algo que deve
pensar e refletir, seja qual for a realidade da cidade.
O consumidor obtém alimentos saudáveis e frescos e aprende
a sazonalidade dos alimentos que consome. Vê na prática que determinados
produtos não dão o ano inteiro, mas que podem ser substituídos por outros da
temporada. Isso o educa e o ajuda a ter uma alimentação diversificada e sem
agrotóxicos, sempre em sintonia com o ciclo de plantio, o que proporciona alimentos
mais saborosos e preços mais acessíveis.
O desperdício de alimentos nas feiras agroecológicas também
é menor, diferente do comércio com as centrais de abastecimento, onde há muita
concorrência e a mercadoria é desvalorizada e o alimento é tratado de qualquer
maneira.
As feiras agroecológicas também fortalecem a economia local
e geram renda para as famílias de pequenos produtores. Só para se ter uma
ideia, nas feiras o rendimento do agricultor com a venda direta para o
consumidor é o dobro comparado ao comercializado para as centrais de
abastecimento.
Além da renda, o pequeno agricultor também é valorizado.
Todos os envolvidos entendem o seu papel na produção de alimentos saudáveis e
sem veneno.
As feiras cariocas, como várias outras iniciativas parecidas
encontradas em qualquer município
brasileiro, são modelos a serem seguidos como alternativas para
alimentar as pequenas e grandes cidades de forma saudável, sem o uso de
agrotóxicos, respeitando a natureza e o agricultor familiar.
Os benefícios estão na mesa, basta refletir sobre eles e
sobre o futuro que queremos... de preferência, com alimentos saudáveis e sem
agrotóxicos.
Se você quer ler na integra o artigo de Juliana Dias acesse
aqui